No próximo dia 11 de Abril, às 21.30 horas, na Sala Couto Viana da Biblioteca Municipal, vamos conversar com o escritor Fernando Dacosta a propósito do seu livro intitulado "O Botequim da Liberdade".
O Autor
Ficcionista e autor dramático, formado em Filologia Românica
pela Faculdade de Letras de Lisboa, exerceu a actividade profissional de
jornalista, na sequência da qual publicou os trabalhos de investigação
jornalística Os Retornados Estão a Mudar Portugal (Grande Prémio de Reportagem
do Clube Português de Imprensa) e Moçambique, Todo o Sofrimento do Mundo
(Prémios Gazeta e Fernando Pessoa). Estreou-se como dramaturgo com Um Jipe em
Segunda Mão , peça que, tendo por tema as sequelas da guerra colonial portuguesa,
foi distinguida com o Grande Prémio de Teatro da RTP, e editada, em 1983, com o
monólogo dramático A Súplica e o diálogo Um Suicídio Sem Importância, volumes a
que se seguiriam os trabalhos teatrais Sequestraram o Senhor Presidente (1983)
e A Nave Adormecida (1988). Tentado pela maior liberdade de tratamento do
espaço e do tempo no registo novelístico, com O Viúvo (Grande Prémio da
Literatura do Círculo de Leitores) e Os Infiéis , afirmou-se no domínio da
ficção com uma escrita instituída como indagação obsessiva sobre uma
portugalidade entrevista num passado recente (O Viúvo ) ou no período dos
Descobrimentos (Os Infiéis), e estabelecendo nexos de intertextualidade com
outros autores de língua portuguesa que integram ou reflectiram sobre a
mitologia do ser português, como Agostinho da Silva, Jaime Cortesão, Antero,
Pascoaes, Oliveira Martins, Camões ou Pessoa.
O Livro
A última grande tertúlia de Lisboa - que marcou
culturalmente, politicamente várias décadas portuguesas - teve lugar no
Botequim, bar do Largo da Graça criado e projectado por Natália Correia.
Nele fizeram-se, desfizeram-se revoluções, governos, obras
de arte, movimentos cívicos; por ele passaram presidentes da República,
governantes, embaixadores, militares, juízes, revolucionários, heróis,
escritores, poetas, artistas, cientistas, assassinos, loucos, amantes em
madrugadas de vertigem, de desmesura.
A magia do Botequim tornava-se, nas noites de festa,
feérica. Como num iate de luxo, navegava-se delirantemente (é uma viagem assim
que neste livro se propõe) em demanda de continentes venturosos, de ilhas de
amores a encontrar.
O futuro foi ali, como em nenhuma outra parte do País,
festivamente antecipado - nunca houve, nem por certo haverá, nada igual entre
nós.
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