segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

COM EUGÉNIO LISBOA


        
           Já iniciei Ler Régio e, como gosto do género, admiro Eugénio Lisboa e considero José Régio um dos nossos grandes injustamente esquecido, está a ser um prazer. Além do mais, por dever profissional,    estou a ler uns textos intragáveis. Por tudo isto, fiquei com uma vontade enorme de ler e, em alguns casos, reler os dois autores.
             Há muito tempo que tinha na fila de espera Portugaliae Monumenta Frivola,(2000), de Eugénio Lisboa, com um complemento de título sugestivo – ou as verdadeiras e as falsas riquezas (Escritos ligeiros de proveito e exemplo, crónicas, páginas de polémica, entrevistas e outro pão partido em pequeninos). Folheei os artigos e, para vos aguçar o apetite, resolvi compartilhar umas frases extraídas do escrito Levar livros para férias. Deliciem-se:
                       
                Lembrei-me hoje de falar num curioso exercício que se pratica mais ou menos em todo o mundo: o que consiste em perguntar a escritores, artistas, actores e, de um modo geral, a personalidades mais ou menos em evidência, sem esquecer os políticos, que livros tencionam levar para férias. As respostas, quase sem excepção, compõem, entre nós, uma paisagem deliciosamente burlesca. E deixam-nos, acima de tudo, com uma terrível angústia – se nela acreditarmos… - pela dose de masoquismo militante que a nossa sociedade consome. O que aquela gente deve sofrer em férias! Como se deve regressar ao trabalho dez vezes mais estafado do que se estava ao partir de férias! (..)

                Nisto de livros que lemos (ou dizemos que lemos, todo o cuidado é pouco. Nada de nos fiarmos no nosso próprio instinto ou no prazer real que os livros nos dão. Há, sobretudo, que andar informado. Há livros e autores que «andam no ar», embora não convenha que andem demasiado. (…)

               Nunca cite Régio – por enquanto. Quando voltar a ser possível, aviso-o.

              Tenho pena de ter perdido uma frase sua sobre determinado best seller – ou como dizia Alexandre O’Neill, citado por Pedro Mexia, na revista Ler, besta célere… - da nossa praça. Pode ser que ainda a encontre…
               Leiam, leiam muito.
                                   Isabel Campos

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