Sobrevivemos à guerra – sobreviveremos à paz:
volta e meia acreditávamos que os períodos passados
nunca mais se repetiriam
e de facto, nunca se repetiam
(mas seguiam-se um após o outro),
a infância se foi para sempre,
não quis voltar a juventude perdida
e ninguém prestou contas
do nosso tempo desperdiçado.
Faltava-nos fé
e por isso acreditávamos em qualquer coisa
em qualquer luta falsa
mas não em luta solitária, porque cada um de nós
que a arriscou
teve de lutar contra as sombras de ferro,
[…]
Ryszard Krynicki, rosa do mundo, 2001 poemas para o futuro
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